"A menina que chorava mar" foi apenas a primeira obra da Joana M. Soares. Porém
o percurso da autora não passava por escrever um livro, estudou na universidade do Minho e trabalhou em locais como o Porto Canal, TVI e no Agrojornal, mas
quando teve que se ausentar em trabalho, ela encontrou na escrita uma maneira de se aproximar da família, por esse motivo ela
garante que o livro
"inteiramente dedicado à minha filha".
Ontem é só Memória: Atualmente muita gente que as histórias infantis são todas muito iguais e que a moral da história é sempre a mesma. Como foi criar uma história mágica de uma amizade, igual a muitas outras e mesmo assim combater a ideia de que está é apenas mais uma história de crianças?
Joana M. Soares: Esta não é mais uma história de crianças.
As histórias, em si, nunca podem ser muito iguais. Existe o cunho pessoal. A minha linguagem é marcada pelo telúrico, pelo cheiro natural, pela simplicidade das coisas da vida.
Acredito que cada um inventa, imagina e escreve de acordo com a sua genética literária. Nada pode ser igual. O que
eu penso é que há medo de arriscar nas histórias por que se parte do principio que se é um conto para crianças tem que ser simples. E, por isso, não se elabora. E simples não quer dizer cortar enredos, escrever pouco, sem metáfora. As crianças são muito inteligentes, porque são limpas de preconceito.
Ontem é só Memória: Fala-nos um pouco da Maria, a menina que chorava mar.
Joana M. Soares: É uma menina doce, pura, cheia de poesia na forma como vive os dias.
Tem uma ligação estreita com o mar, e céu, com a melodia natural da terra. Ensina-nos a ver o mundo. A comprometermo-nos com ele.
Ontem é só Memória: Sei que a obra esteve na "gaveta" durante dois anos, mudou muita coisa nesta história desde o inicio até à sua publicação?
Joana M. Soares: Nada!
(risos) Houve apenas a excelente atualização da ilustração da autoria da Patrícia Pedro Afonso.
Todas as histórias para crianças devem ser acompanhadas pela imagem, pelo desenho. A Patrícia captou muito bem a alma das minhas personagens, a essência da história. É um casamento feliz.
Ontem é só Memória: Qual é a maior dificuldade de escrever para crianças? São leitores muito exigentes?
Joana M. Soares: As crianças são um publico muito atento. E não pode haver lacunas, linhas por escrever entre a história.
Tudo tem que fazer sentido. Caso contrario, as perguntas aparecem sem fim. A maior dificuldade é esquecermo-nos que crescemos, temos de mingar nos preconceitos/limitações, crescer na imaginação.
Ontem é só Memória: O que diz a tua Maria, de ter um livro pensado nela?
Joana M. Soares: A Maria Rita tem o livro na mesa-de-cabeceira (eu encorajo-a) e no infantário que frequenta, a educadora motivou os miúdos a desenharem as personagens da história.
Eu e duas mães de outros meninos fizemos um pequeno teatro a partir do conto no âmbito do dia Mundial do livro. Foi espantoso! Os miúdos estiveram atentos, entusiasmados.
É fácil as crianças aborrecerem-se, por isso o entusiasmo delas é um desafio ganho.
Se quiserem conhecer um pouco melhor o trabalho da Joana M. Soares podem visitar o
blog dela. Caso pretendam um exemplar autografado basta dizerem.
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Etiquetas: A menina que chorava mar, crianças, entrevista, história, Joana M. Soares